Porajmos – O Holocausto Cigano

Porajmos

Muito se tem falado sobre o genocídio judeu praticado pelo regime nazista da Alemanha de Hitler. Sobre o Holocausto, ou Shoá (do hebraico “catástrofe”), há uma infinidade de livros, fotografias, depoimentos, filmes… Mas nada, ou quase nada se conhece a respeito do genocídio romani generalizado que aconteceu naqueles campos de horror, também chamados “de concentração”.

Não eram apenas judeus nas fotos de cadáveres aos montes, empilhados em valas de terra escura. Negros, deficientes físicos e mentais, homossexuais, latinos, rhomá e muitos outros também foram vítimas das Leis de Nuremberg, mas talvez pela maioria desses grupos não contar com muita representatividade político-econômica, eles têm sido invisibilizados e postos de fora da maior parte dos relatos acerca deste lamentável episódio da história humana. Porajmos3

Em 15 de setembro de 1935, por ocasião do sétimo congresso anual do Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores, as chamadas Leis de Nuremberg foram adotadas, em sessão extraordinária, por iniciativa do próprio Hitler. Elas consistiam de três textos, a saber Reichsflaggengesetz, a lei da bandeira do Reich, Reichsbürgergesetz, a lei da cidadania do Reich, e a Gesetz zum Schutze des deutschen Blutes und der deutschen Ehre, lei da proteção do sangue e honra alemães. Especialmente a segunda e a terceira dessas leis foram o que permitiu a disseminação de toda a desastrosa e infame política racial do Terceiro Reich.

Campo de Concentração2Com base nessas diretrizes, judeus e ciganos foram definidos como “inimigos do Estado” e tratados, ambos, de maneira muito semelhante. Tal semelhança, em perseguições e fugas, acabou resultando numa espécie de aliança entre os dois povos, que, de certa forma, perdura até os dias de hoje. Basta dizer que para a maioria dos rhomá todos os não-ciganos são gadjé (forasteiros), exceto os judeus.

Estima-se que o número de mortos rhomá esteja entre 220 mil e meio milhão, de um total de aproximadamente 700.000 indivíduos vivendo na Europa naquele momento. No entanto, segundo o doutor Sybil Milton, um historiador do Holocaust Memorial Research Institute, EUA, esse número pode chegar a 1.500.000.