Boyásh ou Rudari

rudari

Os Boyásh são originários da Romênia e têm uma história muito interessante. Quase sempre vemos referências a eles como os artistas circenses dos rhomá. Nada disso. Eles também estiveram escravizados na Moldávia e na Valáquia, como os Kalderash, desde meados do século XV, quando foram forçados a se estabelecer ali para trabalhar como mineradores. Ao que tudo indica, eram os Boyásh que extraiam da terra os metais com os quais os Kalderash trabalhavam.

A palavra Boyásh deriva da expressão regional romena “baie”, que significa “mineiro”. O outro nome pelo qual são conhecidos, Rudari, tem uma origem parecida – vem do eslavo “ruda”, que significa metal.

Assim eles permaneceram por séculos, até o fim da escravidão dos rhomá, na segunda metade do século XIX. Quando as minas começaram a se exaurir e a atividade de mineração tornou-se insuficiente para a manutenção do sustento, eles foram obrigados a buscar outros ramos de atividade – tornaram-se fabricantes de utensílios de madeira. O outro nome pelo qual são conhecidos, Lingurari, também deriva do romeno e quer dizer “fazedores de colher” (certamente colheres de pau).

Por causa da proximidade visceral com não-ciganos falantes do romeno, os Boyásh acabaram por perder completamente o romani. Apenas muito mais tarde, no contexto já das migrações, alguns grupos vieram a reaprender o idioma, no contato com rhomá de outras partes do mundo. Em virtude disso, o apelido que lhes foi colocado pelos outros rhomá, kashtale (carpinteiros), figura até hoje no romani como uma expressão para pessoas rhomá que não falam o romani. Hoje em dia, a maior parte dos Boyásh que vivem em regiões periféricas da Romênia fala um dialeto arcaico, diferente do romeno, com muitos empréstimos de línguas circunvizinhas.

Após a abolição da escravidão do povo rhom na Romênia, em 1860, pequenos grupos de Boyásh emigraram para outras regiões da Europa, notadamente outras regiões dos Bálcãs, mas também para as Américas, África do Sul e Austrália.