A palavra romani kalderash remete à forma romena “căldare”, que por sua vez descende do latim “caldāria” e significa “caldeirão”, “balde”. Com efeito, esse subgrupo ou clã do grupo Rom é originário da Moldávia e da Valáquia, hoje Romênia, e são tradicionais na arte da ferraria, desde a confecção de armas, facas, até utensílios de cozinha, como panelas e tachos. São famosos, aliás, os tachos kalderash pela sua qualidade e durabilidade, como são famosos os próprios kalderash pela sua arte – um tanto inigualável – de trabalhar, sobretudo, o cobre.
Os kalderash são um dos subgrupos rhomá que, graças ao príncipe Vlad III, da Valáquia, permaneceram cativos naquela região, escravizados de 1445 a 1860. Hoje estão espalhados por toda a Europa e Américas, mas muitos permaneceram na Romênia após o fim da escravidão. Ainda hoje existem cerca de 200 mil rhomá do subgrupo kalderash naquele país.
O clã Kalderash é também o mais numeroso do grupo Rom e conta, ele próprio, com algumas subdivisões internas, por vezes referenciadas equivocadamente como clãs independentes na bibliografia sobre o tema. De maneira análoga ao que acontece nos grupos Sinti e Calon, essas subdivisões, que, frisamos, não são clãs independentes, correspondem a localidades de proveniência, por eles próprios designada nátsija (nacionalidade). Em virtude de estarem desordenadamente distribuídos em um amplo espaço geográfico, algumas vezes é possível observar singularidades entre uma e outra nacionalidade, o que, no caso dos kalderash, acaba contribuindo para que sejam confundidos com clãs independentes.