Os Ursari são igualmente originários da Romênia. Eles também foram escravizados na Moldávia e na Valáquia, mas sob um regime de escravidão diferente dos demais. Havia duas categorias de escravos – os vatrási e os laiési. Os primeiros, dos quais faziam parte os Kalderash e os Boyásh, não tinham permissão para se deslocar. Os segundos, mediante o pagamento de taxas periódicas, eram livres para manter o estilo de vida nômade. Era a essa categoria que os Ursari pertenciam e isso foi fundamental para a manutenção de seus costumes e tradições.
Como o próprio nome sugere, a atividade principal desse clã é a criação e o adestramento de macacos e ursos marrons, com os quais frequentemente se apresentavam em performances públicas.
Parte considerável da população romani da Romênia, eles constituem cerca de 43% do total, configurando o subgrupo mais numeroso do país. Também estão significativamente presentes na Bulgária (onde, além de Ursari, são conhecidos como Meshkare), na Sérvia e em países da Europa Ocidental, como a Itália e a Holanda. Mas, apesar dos números impressionantes, a presença deles nas Américas e fora do continente europeu, de maneira geral, é praticamente insignificante.
A palavra “ursari” também pode referir-se a um dialeto de romani balcânico falado na Moldávia e na Valáquia, embora se estime que, à semelhança dos Boyásh, uma grande parte dos Ursari tenha o romeno como língua nativa. Por falar em semelhanças com os Boyásh, algumas pessoas se referem aos Ursari como uma subdivisão deles. Talvez venha daí a confusão com os artistas de circo, já que na Itália, por exemplo, em algumas localidades é comum tratarem os Ursari por Boyásh.
Academicamente, ainda, eles também protagonizam uma das muitas polêmicas científicas envolvendo os rhomá – há especialistas que os tratam como um subgrupo Sinti, enquanto outros os consideram como um clã do grupo Rom. No que diz respeito aos próprios Ursari, eles se consideram apenas diferentes dos outros rhomá.