No início do século XV, por conta do acirramento das guerras entre bizantinos cristãos e turcos otomanos, aconteceu a segunda grande onda migratória rumo ao ocidente. Essa é mais bem documentada (naturalmente, não pelos rhomá). Há um nome para ela em romani – aresajipe – e é possível reconstruir as rotas que foram tomadas com alguma precisão, novamente, graças às evidências linguísticas.
Ao deixar a Pérsia, houve uma primeira divisão. Um grupo subiu para a Armênia, cruzando a Turquia pelo norte e alcançando a Grécia pelo Bósforo (Estreito de Istambul). Tal fato verifica-se pela presença de vocabulário armênio e grego-bizantino característicos desta época no romani falado pelos descendentes deste grupo. Outro grupo seguiu para o oeste, cruzando o Iraque e a Síria antes de alcançar a Turquia. Nesse grupo ocorreu mais uma divisão – uma parte permaneceu na Turquia, Síria, Líbano e Jordânia, onde ainda existe uma comunidade romani muito tradicional (os Nawar, que são famosos no mundo inteiro, inclusive no Brasil, pelo seu estilo de dança, o ghawazee), enquanto outra desceu pela Jordânia, alcançando o Egito, de onde se espalharam pelo Norte da África. Tal fato se verifica pela presença de vocabulário árabe característico desta época no romani falado por esses rhomá.
Uma vez na Europa, houve novas divisões. Um grupo estabeleceu-se na Grécia, de onde só voltaram a migrar depois da queda de Constantinopla, em meados do século XV. Outro grupo continuou seguindo para oeste, passando pela Sérvia, Croácia e Áustria, antes de alcançar a Europa Central. Por fim, um último grupo seguiu para o norte, passando pela Bulgária, Romênia e Hungria, até alcançar o leste europeu.